Epilepsia é uma doença frequente, que acomete até 1,5% da população mundial. É a terceira doença neurológica mais frequente, atrás somente das cefaleias (dores de cabeça, que existem vários tipos) e do acidente vascular cerebral (AVC).
A doença epilepsia é definida pela ocorrência de uma ou mais crises epilépticas não provocadas (ou seja, sem uma causa aguda), desde que o paciente apresente risco de ter novas crises semelhantes.
Assim, ter uma ou mais crises epilépticas não necessariamente indica que um indivíduo é epiléptico. Se a crise ocorre em vigência de um fator desencadeante agudo ou transitório, como por exemplo, durante uma infecção febril ou durante uma alteração dos níveis sanguíneos de glicose, essa crise epiléptica pode ter sido provocada por esses fatores e, uma vez resolvida essa causa, o paciente não estará sob risco de novas crises. Isso é importante, pois essa pessoa não precisará fazer uso de anticonvulsivantes a longo prazo, em um cenário como esse.
Entretanto, um paciente mesmo tendo uma crise única, sem nenhum fator causal, pode ser epiléptico. Conforme a idade, o tipo de crise, história familiar, condições em que a crise ocorreu e resultados de exames complementares (principalmente, ressonância magnética nuclear do crânio e eletroencefalograma), basta ter tido uma crise para que o diagnóstico de epilepsia possa ser definido. A história clínica detalhada e os exames complementares ajudarão a estimar o risco de recorrência dessa crise. Se ele for significativo, o paciente terá indicação de usar anticonvulsivantes de uso regular.
Qualquer indivíduo que tenha apresentado uma crise epiléptica, ou evento clínico em que se suspeite de crise, deve ser avaliado por um especialista para que o diagnóstico de epilepsia seja investigado corretamente.
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Dra Gabriela Pantaleão